A colheita e venda do pinhão começam oficialmente na próxima terça-feira, 1º de abril, no Rio Grande do Sul, com uma previsão otimista de superar a safra do ano passado. Mesmo com um volume maior de produção em relação ao ciclo anterior, a estiagem prolongada impactou diretamente a qualidade do produto, reduzindo seu peso e comprometendo a maturidade plena das sementes.
O assistente técnico da regional da Emater Passo Fundo, Ilvandro Barreto, explica que, ao contrário de 2023, quando a polinização foi prejudicada por condições climáticas adversas, este ano a formação das pinhas ocorreu de maneira mais favorável. "Vai ser uma safra bem melhor que a do ano passado, muito melhor, mas ainda não será uma das grandes safras de pinhão. Mesmo com a melhora, o impacto da estiagem comprometeu a qualidade final do fruto", destaca Barreto.
Falta de chuva
O pinhão leva cerca de três anos para se desenvolver completamente, desde a fase de polinização até a maturidade. Durante esse período, ele está sujeito a diversas variáveis climáticas que podem afetar sua produção. Este ano, apesar da boa fecundação das pinhas, a falta de chuvas regulares na fase final de maturidade reduziu o peso e a qualidade do fruto. "Uma pinha normal pode conter entre 100 e 120 pinhões, mas com o impacto da estiagem, o que provavelmente veremos no início da colheita são pinhas com menos sementes e frutos menos desenvolvidos", explica o técnico da Emater.
Outro fator importante destacado por Barreto é a diferença entre os ciclos de maturidade das araucárias. As árvores que produzem pinhões precoces foram mais afetadas pela estiagem, enquanto aquelas com um ciclo mais tardio, com colheita entre maio e agosto, ainda podem se beneficiar caso as chuvas voltem a ocorrer com regularidade nos próximos meses. "Se houver um retorno da normalidade climática, a segunda fase da safra pode apresentar frutos com maior qualidade", completa.
A região norte do Rio Grande do Sul concentra uma grande quantidade de araucárias em produção, com destaque para os municípios de Mato Castelhano, Caseiros, Lagoa Vermelha, Soledade e Fontoura Xavier. No entanto, as maiores regiões produtoras do estado estão localizadas nos Campos de Cima da Serra, especialmente nos municípios de São Francisco de Paula, Gramado e Canela, onde a tradição da colheita do pinhão é um fator econômico relevante.
Preço
Embora a produção no Rio Grande do Sul tenha sido impactada, Barreto acredita que a oferta do produto não será drasticamente reduzida, pois estados vizinhos como Santa Catarina e Paraná, onde a produção de pinhão também é significativa, não enfrentaram uma estiagem tão severa. "Isso deve evitar uma alta expressiva nos preços do pinhão, pois quando há menor oferta em uma região, o mercado tende a ser abastecido por outras localidades", esclarece.
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Fonte:
O Nacional
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