“Genuinamente gaúcho”: Bugio, gênero musical popular no Rio Grande do Sul, pode virar Patrimônio Cultural Imaterial do Estado
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“Genuinamente gaúcho”: Bugio, gênero musical popular no Rio Grande do Sul, pode virar Patrimônio Cultural Imaterial do Estado

Pedido está em análise pela Câmara Temática

Por Belchyor Teston
05/03/2025 16:11
Atualizado: 05/03/2025 16:12
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O gênero musical Bugio, tradicional em bailes e eventos gaúchos, está prestes a se tornar Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Sul. Por iniciativa das prefeituras de São Francisco de Paula, na serra, e São Francisco de Assis, na região das Missões, a medida está em análise pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae) e pela Câmara Temática do Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Sul, a quem compete decidir sobre o tema.

Produzido pelo Iphae, o Parecer Técnico favorável destaca que a origem do ritmo musical não é exata, já que possui diversas narrativas históricas. No entanto, consolidou-se como uma “importante referência identitária para diversas comunidades gaúchas”.

O pesquisador Lucas Negri, um dos idealizadores do Canal Linha Campeira, reforça a tese do Iphae. “Sobre o bugio temos uma curiosidade quanto à sua origem, pois temos total certeza que ele é um ritmo genuinamente do Rio Grande do Sul, só que ao mesmo tempo, faltam registros incontestáveis disso. Não temos uma certeza do local de origem e da forma que ele era tocado nos bailes de campanha antigamente”, comenta.

Para muitos, inclusive, o Bugio é o único ritmo musical genuinamente nascido no Rio Grande do Sul. (Confira, abaixo, o vídeo produzido pelo Canal Linha Campeira que fala sobre os ritmos gaúchos).

“O que sabemos é que ele é um ritmo serrano e foi criado por um gaiteiro. Se foi em São Francisco de Assis por Neneca Gomes ou por Vergilio Leitão em São Franscisco de Paula não temos certeza”, destaca Negri.

Ritmo presente em quase todos os álbuns gaúchos produzidos atualmente, o Bugio foi gravado oficialmente pela primeira vez pelos Irmãos Bertussi, com a música Casamento da Doralícia, no disco Coração Gaúcho Volume 2, em 1956. (Veja detalhes em outro vídeo produzido pelo Canal Linha Campeira, também disponível abaixo).

“Não podemos negar que o bugio traz muito a mistura de influências européias e indígenas que são parte fundamental da cultura e do folclore sulino”, ressalta o pesquisador.

A decisão sobre o pedido deve ser tomada pela Câmara Temática do Patrimônio Cultural Imaterial.

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Para assistir ao vídeo sobre os Ritmos Gaúchos, clique aqui.

Para assistir ao vídeo sobre a música Casamento da Doralícia, clique aqui.

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Jornalismo Rádio Tapejara




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