O compositor ibiaçaense Augusto Baschera, de 33 anos, lançou, neste domingo (16), seu 4º disco autoral. Gravado em Lisboa, Portugal, o álbum recebe o nome de "Apócrifo" e contém oito faixas instrumentais no estilo Jazz.

Ao lado de outros três músicos, Baschera - que é o guitarrista do quarteto e assina todas as composições - já tem sua trajetória musical consolidada no Brasil e na Europa. "O Apócrifo representa tudo aquilo que questiona o óbvio e oferece uma visão paralela ao cânone convencional. Artístico, nesse caso. Mas essa palavra vem lá de trás e está muito ligada à religião e aos livros sagrados que não entraram na bíblia, mas não tem menor validade por isso. Simplesmente não entraram porque, talvez, não se enquadrem na informação que uma instituição, por exemplo, quer expressar a respeito de determinado assunto. Então, a minha visão de Apócrifo é isso: é um convite para explorar novas perspectivas, sem perder de vista o caminho que nos trouxe até aqui. É tradição e modernidade ao mesmo tempo, mudança e resiliência, com um espírito que carrega fé e ousadia", comentou o músico sobre o título do disco.

Músicos participantes

O baterista do álbum é o também ibiaçaense e irmão do compositor, Vini Baschera. "A gente já toca junto desde a infância, em casa. E, profissionalmente, já tivemos juntos no meu primeiro CD, que o foi o 'Palavra de Fantoche', e a gente segue a caminhada sempre lado a lado", comentou. Além deles, o quarteto ainda é composto pelo contrabaixista Kim Baiunco e por João Bernardo, no piano. "João Bernardo é um colega e amigo que eu tenho uma parceria de longa data. Nós já temos dois discos editados. Ele é português, natural da Ilha de São Miguel, do Arquipélago dos Açores. O Kim Baiunco é um italiano da Sicília, mas que atualmente vive em Paris, e eu o conheci em uma turnê em que eu estive na Itália. Nós tocamos juntos e tivemos uma grande afinidade".

Outros dois músicos têm participação no disco, conforme destacou Baschera. "Teve um convidado especial nesse disco, que participou de duas faixas, que foi o João Barradas. Ele é um acordeonista português, de renome internacional, bicampeão do mundo em acordeon, e que eu partilhei música e projetos durante muito tempo em que vivi em Portugal, inclusive chegamos a partilhar a casa. Esse disco tem a colaboração do Frederico Heliodoro, meu parceiro de composição em três faixas. Ele é um músico relevante no cenário da música brasileira e instrumental, internacionalmente conhecido. Foi o baixista da última turnê de música do Milton Nascimento", detalhou.

Augusto Baschera

Natural de Ibiaçá, Augusto é filho do músico tradicionalista gaúcho Rico Baschera, que morreu em 2022, vítima de um câncer. Ele é graduado em Violão Clássico pela Universidade de Passo Fundo e mestre em performance pele Escola Superior de Música de Lisboa.

Depois de morar em Portugal por 10 anos, atualmente Baschera divide a residência entre o Brasil e o país europeu, onde faz shows e turnês internacionais. "O meu trabalho é na Europa. Eu basicamente só faço show lá. Eu vou para lá tocar, fazer turnês, e fico transitando entre Brasil e Portugal", contou.

Augusto Baschera deu seus primeiros passos na música aos quatro anos de idade. Participou e foi premiado como compositor, instrumentista e arranjador em festivais tradicionais na região Sul do Brasil, como o Festival do Passo, Seara da Canção, Cante uma Canção em Vacaria e Canto de Luz. Além disso, ainda na adolescência, participou de outros festivais na Argentina, Uruguai, Paraguai e México.

Atualmente, além dos shows, o músico participa em projetos com a Orquestra Festival Todos, de Lisboa, em Portugal. Ele também é criador e desenvolvedor do aplicativo e ferramenta de ensino musical à distância "Nosso Folclore App", que foi premiado no "Edital Criação e Formação Diversidade das Culturas", onde contemplou 4 mil crianças com o uso da ferramenta.

Disponível nas plataformas digitais

O Apócrifo está disponível em todas as plataformas de streaming, como Spotify, Deezer, Amazon Music e YouTube Music. Também há vídeos disponíveis no canal do músico no YouTube. "Este disco transformou o meu mundo e afetou as coisas que estão ao meu alcance; interagiu com as pessoas mais próximas, que fazem a engrenagem da minha vida girar, que apoiam e contestam as coisas que eu penso e sinto", finalizou.

Jornalismo Rádio Tapejara