Os problemas climáticos seguem afetando, de forma direta e indireta, o setor econômico no Brasil. Situações como a geada, estiagem e demais efeitos dos fenômenos El Niño e La Niña influenciam o aumento de diversos produtos, um deles o café, que vem sofrendo alterações consideráveis em relação ao seu preço para o consumidor final. Além dos eventos naturais, a demanda do mercado externo também influência na alta dos valores da cultura que é considerada uma das principais do país.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) os preços tendem a começar a estabilizar após a safra deste ano, porém, uma queda significativa e considerável deverá ocorrer apenas com a safra de 2026.
Segundo dados, os últimos anos do Brasil foram marcados por colheitas com produção menores e custos mais elevados para os produtores, o que levou a aumentos nos preços. Um exemplo que ilustra bem a situação é o café arábica, principal tipo exportado pelo país, que atingiu recordes históricos na Bolsa de Nova York, chegando a quase US$ 4 por libra-peso. Ainda segundo a Abic, embora a safra de 2024 tenha trazido melhores resultados, o consumidor final deverá continuar enfrentando aumentos nos preços dos produtos, com repasses de custos ainda a serem feitos pela indústria.
O Brasil, maior produtor e exportador de café, também é o segundo maior consumidor mundial, com um crescimento de 1,11% no consumo entre novembro de 2023 e outubro de 2024. O faturamento da indústria de café no mercado interno foi de R$ 36,82 bilhões, com aumentos significativos nos preços dos cafés especiais, gourmet, superiores e tradicionais. O aumento nos preços da matéria-prima nos últimos quatro anos foi de 224%, enquanto o preço do café no varejo subiu 110%.
Jornalismo Rádio Tapejara