Criminosos fraudaram documentos para conseguir registros
O município de Sananduva está entre as 35 cidades do Rio Grande do Sul que foram alvo de uma operação contra o comércio ilegal de arma de fogo, nesta terça-feira (17). A investida do Ministério Público Militar, em parceria com o Ministério Público do Rio Grande do Sul e apoio da Brigada Militar, busca reprimir fraudes em registros para aquisição de armamento e posterior venda para terceiros.
Ao todo, 35 cidades gaúchas, incluindo Passo Fundo e Não-Me-Toque, e um município catarinense, tiveram desdobramentos da operação.
De acordo com o promotor de justiça do Ministério Público Estadual, João Afonso Beltrame, criminosos com passagens policiais apresentavam documentos fraudados para obtenção de registro de Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs). “Essas pessoas traziam informações falsas ao Exército Brasileiro, de que não eram processados, não eram investigados e não tinham processos criminais contra si, o que na verdade ocorria”.
Ainda segundo o promotor, as investigações apontam que parte desse armamento era vendido para facções criminosas. “Organizações criminosas faccionadas que atuavam aqui no estado do Rio Grande do Sul comprando armas e munições desses investigados. Um grupo deles foi investigado e constatado que fornecia munição e arma de fogo para organizações criminosas aqui do estado. E o outro grupo falsificou as declarações perante o Exército Brasileiro. Eles tiveram crimes graves cometidos e não foi informado ao Exército essa situação, obtendo de forma ilegal os registros”.
Ao todo, conforme o MP, foram apreendidas cerca de 70 armas, um drone, celulares e munições. Uma pessoa havia sido presa em flagrante, além de outras prisões preventivas não detalhadas pelo promotor.
Essa foi a primeira fase da Operação Desarme. Conforme o promotor do Ministério Público Militar, Diego Ruas, a investida mira criminosos condenados por crimes como homicídio, estupro, sequestro com resultado morte e tráfico de drogas e de armas. “A primeira fase visa a busca e apreensão, autorizada judicialmente, de aparelhos celulares, munições e armas de caçadores, atiradores e colecionadores que tenham obtido, conforme os elementos investigativos, seus certificados de maneira fraudulenta, já que muitos deles estavam condenados criminalmente e alguns respondendo a processo penal por crimes graves no momento da obtenção dos certificados. Alguns desses indivíduos inclusive possuem ligação com facções criminosas”, destacou.
A operação é do Ministério Público Militar e do GAECO do Ministério Público Estadual, com apoio da Polícia Civil, Brigada Militar, Exército e Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).
Municípios
Os 35 municípios onde ocorreram cumprimentos de mandados judiciais de prisão e busca e apreensão são: Porto Alegre, Santa Maria, Júlio de Castilhos, Jaguari, Canguçu, Pinheiro Machado, Rosário do Sul, Três de Maio, Santa Rosa, Santo Antônio das Missões, Não-Me-Toque, Giruá, São Luiz Gonzaga, Sananduva, Passo Fundo, Bento Gonçalves, Antônio Prado, Caxias do Sul, Vacaria, Gravataí, Canoas, Viamão, Cachoeira do Sul, Osório, Xangri-lá, Arroio do Sal, Capão da Canoa, Sapiranga, Charqueadas, Igrejinha, São Leopoldo, Santo Antônio da Patrulha, Sapucaia do Sul e Campo Bom no Rio Grande do Sul. Em Santa Catarina, a operação ocorreu em Bombinhas.
Jornalismo Rádio Tapejara
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