A falta de contêineres está reduzindo as exportações de carne de frango e outros produtos da cadeia produtiva, como ovos e derivados. A alegação é da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (OARS). Segundo a entidade, as indústrias do setor estão escoando, em média, 40% do fluxo normal de exportações.
Conforme o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV), José Eduardo dos Santos, são situações pontuais de indústrias que estão sendo afetadas, principalmente as pequenas e média. De acordo com o presidente, empresas maiores tem um planejamento melhor e uma logística mais estruturada.
O presidente explica que o principal fator para a falta de contêineres é a pandemia. Navios estão atrasando devido a restrições em alguns países e, como a demanda por proteína é grande, subiu também a procura pelo transporte em contêiner.
José Eduardo explica que o problema está causando prejuízo para as empresas. Conforme ele, as taxas de exportação e armazenamento, fretes e outros são cobrados, no entanto o produto não consegue ser embarcado. Esse fator impacta na produção, fazendo com que empresas tenham o frango pronto para a exportação, mas sem contêiner para carregar. Além disso, o setor registra aumento nas exportações, fazendo a demanda pelo modo de transporte subir ainda mais.
O presidente da ASGAV acredita que a situação possa piorar em junho e julho se a falta de transporte continuar e esse impasse não se resolva. O dirigente afirma que esse fator não deve influenciar nos preços do mercado brasileiro. Isso porque o frango que é preparado para a exportação é diferente, tem outra embalagem e outra forma de abate. Portanto essa carne não é comercializada dentro do mercado interno.
De acordo com José Eduardo, o que deve acontecer nos próximos meses, se esse cenário persistir, é a queda na produção. As indústrias vão diminuir o abate para conseguir embarcar o produto para fora conforme a disponibilidade de contêineres. O presidente alerta que com a produção menor, o setor pode registra demissões, prejuízos e impactar também o produtor rural.
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Fonte:
Uirapuru