Inquérito da PC concluiu que não houve imperícia dos médicos
Na tarde deste domingo (24), familiares e amigos de Gustavo Ribas, menino que morreu de pneumonia aos oito anos, em 18 de junho, se reuniram no Parque da Gare, em Passo Fundo, no norte gaúcho, para protestar por justiça.
O grupo contesta a decisão da delegada responsável pelo caso, Daniela Mineto, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, após encerrar inquérito afirmando que não houve nenhum tipo de negligência ou imperícia por parte dos médicos que atenderam o menino. A investigação foi concluída em 22 de outubro.
Em busca de justiça pela morte de Gustavo, os manifestantes aguardam por respostas sobre a negligência na área da saúde do município. O grupo já havia realizado um protesto em julho, em frente ao Hospital Dia da Criança, instituição onde Gustavo foi internado e recebeu o diagnóstico de apendicite.
Para os pais, Volnei Ribas e Luciane dos Santos, a morte de Gustavo é fruto de um erro no atendimento médico.
"Nós estamos aqui contestando a decisão da delegada. Eu não sei o porquê ela tomou essa decisão de que não houve erro médico. No prontuário do Gustavo está como apendicite e nos exames como pneumonia. Então, como não houve erro médico? Às vezes, passo aqui no Parque da Gare, onde tivemos inúmeros momentos juntos, e fico lembrando dele. Ele dizia que era meu melhor amigo", contou.
Apoiando a manifestação neste domingo, o presidente da Associação Pró-UTI Neonatal e Pediátrica do Rio Grande do Sul, Clayton Braga Corrêa, afirma que foi realizada uma denúncia ao Ministério Público a fim de recorrer da decisão.
"Nós estamos acompanhando o caso com a família do Gustavo e constatamos negligências no Hospital Dia da Criança. Algumas coisas nos chamam a atenção como, por exemplo, a habilitação do hospital, a forma como foi conduzida a investigação, entre outras coisas. Era para a Polícia Civil ter investigado o caso e ter ouvido todas as testemunhas, mas eles escutaram só uma parte e simplesmente encerraram o inquérito", disse.
CPI segue investigando o caso
A CPI instaurada pela Câmara de Vereadores de Passo Fundo segue investigando o atendimento médico prestado ao menino Gustavo.
Na próxima semana, a comissão deve avaliar as gravações dos depoimentos realizados, conforme o presidente da comissão, vereador Alberi Grando (MDB).
"Tudo está correndo dentro do programa de trabalho da CPI, aprovado no início dos trabalhos. Nesta semana também teremos a última oitiva. Na última semana o relator deve apresentar o relatório para aprovação, ou não, dos demais componentes da comissão", disse.
O relatório com as informações coletadas tem prazo para ser entregue até 20 de dezembro, porém Grando afirma que o grupo trabalha para concluir o registro ainda na primeira quinzena de dezembro.
A comissão também é composta pelo vereador Rodinei Candeia (Republicanos), que atua como relator, e os parlamentares Michel Oliveira (PSB), Nharam Oliveira de Carvalho (União Brasil) e Regina Costa dos Santos (PDT).
Relembre o caso
Gustavo dos Santos Ribas, oito anos, morreu em 18 de junho após quadro grave de pneumonia. A família do menino buscou o atendimento médico no Hospital Dia da Criança, com dor nas costelas, febre e vômito.
Após realizar exames de sangue e raio X, a equipe médica diagnosticou inflamação no apêndice e informou que seria necessário cirurgia. Porém, hospitais com essa capacidade, como o HSVP e Hospital de Clínicas, não tinham vagas naquele momento.
Conforme o pai de Gustavo, o menino deu sinais de piora durante a madrugada e passou a reclamar com frequência de dores na região do tórax.
No dia seguinte, após avaliação de outros dois profissionais, Gustavo foi diagnosticado com uma grave pneumonia. O menino foi então transferido para o Hospital São Vicente de Paulo (HSVP).
Ao realizar exames, foi constatado que um dos pulmões já estava comprometido. Horas depois, o quadro do menino se agravou e ele acabou não resistindo.
Fonte: GZH / Passo Fundo
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