A fumaça de incêndios vinda das regiões norte e centro-oeste do país deve persistir no céu do Rio Grande do Sul na próxima semana. A projeção é do meteorologista da Climatempo, Guilherme Borges.

Após uma breve dispersão provocada por uma frente fria neste fim de semana, a expectativa é que ela retorne com mais intensidade na terça-feira (3).

Imagens de satélite revelam a trajetória dos ventos atmosféricos que transportam a fumaça a 1,5 mil metros de altitude. Com um movimento anti-horário, a fumaça se desloca do norte do continente em direção ao sul do Brasil.

Como resultado, o céu dos gaúchos está nublado e acinzentado, apesar da previsão de tempo aberto, destaca Guilherme Borges:

— A faixa centro-norte do RS, que engloba regiões como o Norte e a Região Metropolitana, está com o tempo aberto e deveria estar com um céu azul, mas está com uma neblina cinza. Isso é efeito da fumaça vinda do norte, que encobre a região — explica.

O fenômeno é causado pelos jatos de baixos níveis, conhecidos como "rios voadores", correntes atmosféricas formadas por massas de ar carregadas de vapor, que podem ou não ter nuvens. Esses jatos são responsáveis por transportar as partículas de fumaça, piorando a qualidade do ar e causando o aspecto acinzentado do céu.

Onda de calor

Borges também explica que, embora uma frente fria contribua para dispersar a fumaça no fim de semana, o céu voltará a ficar cinza no início da semana. A chegada de uma onda de calor ao Brasil na segunda-feira (2) deve intensificar as queimadas e trazer novamente a fumaça ao Rio Grande do Sul.

— A frente fria limpa a atmosfera, mas a fumaça deve retornar já a partir de terça-feira. As queimadas continuam muito intensas, e a onda de calor, que deixará a região central muito quente, favorece o aumento delas. Com isso, a situação pode piorar na próxima semana, com a fumaça voltando ao RS com muita força — ressalta Borges.

Estados como Mato Grosso do Sul e Mato Grosso serão os mais afetados, com temperaturas previstas entre 41°C e 44°C, o que deve aumentar os incêndios no Pantanal. Com esse cenário, a circulação de ventos deve trazer novamente a fumaça dos focos de incêndio para o território gaúcho.

— Essas queimadas exacerbadas no norte e centro do país, somadas à onda de calor, tendem a piorar a situação, com temperaturas na casa dos 40°C. Isso cria um ambiente muito inflamado, com tempo seco e umidade baixa, agravando ainda mais as queimadas — conclui o meteorologista da Climatempo.

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Fonte:

ZH