Um mês depois, saiba o que avançou na investigação da morte dos professores em Mato Castelhano
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Um mês depois, saiba o que avançou na investigação da morte dos professores em Mato Castelhano

Inquérito deve ser concluído nesta semana

Por Belchyor Teston
25/08/2024 06:53
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A madrugada de 25 de julho de 2024 ficou marcada pelo crime que causou a morte de dois professores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em Mato Castelhano, município de 2,5 mil habitantes no norte gaúcho. Um mês depois, restam muitas dúvidas e poucas respostas sobre o caso que repercutiu em todo o Brasil.

Por volta das 3h daquela quinta-feira, dois assaltantes renderam hóspedes do Hotel Romanttei, que fica às margens da BR-285, e mataram a tiros Fabiano de Oliveira Fortes, 46 anos, e Felipe Turchetto, 35, professores de Engenharia Florestal da UFSM que faziam uma visita de campo à Floresta Nacional de Passo Fundo.

Três dias depois do crime, dois suspeitos foram presos. Um deles, representado pela Defensoria Pública, segue detido. O outro foi solto depois que a 3ª Vara Criminal da Justiça revogou a prisão. A decisão ocorreu após a polícia encontrar um vídeo de câmera de monitoramento que mostrava o suspeito em Passo Fundo na data do crime.

O inquérito deve ser concluído nesta semana. Questionada, a Polícia Civil disse que o caso corre em sigilo e que aguarda o resultado de perícias.

Até o momento, o Instituto Geral de Perícias (IGP) expediu os laudos do local e de necropsia, enquanto os exames papiloscópicos (das impressões digitais) seguem em andamento. Não há prazo para liberação desses resultados.

Relembre a ação dos criminosos

Os dois assaltantes se hospedaram no hotel um dia antes do crime, em 24 de julho. A dupla fez check-in no estabelecimento usando dados falsos.

Na madrugada, os dois criminosos desceram ao saguão, onde anunciaram o assalto, por volta da 1h30min. Os professores teriam chegado ao hotel quando o assalto já estava em andamento. No local não havia câmeras nem registro digital de hóspedes. As informações foram divulgadas pela Polícia Civil à época.

Os assaltantes, sendo um deles armado, renderam a dona do hotel e os clientes que estavam no local. Eles foram amarrados e levados para um cômodo do hotel enquanto a proprietária era forçada a fazer transferências por Pix aos criminosos.

Porém, conforme a polícia, as transações não foram efetivadas uma vez que os próprios assaltantes passaram seus dados errados.

Após a tentativa frustrada, o criminoso armado voltou para o cômodo onde estavam os reféns enquanto o outro seguia com a revista e tirava pertences das vítimas, como joias e celulares.

Vítimas teriam reagido

De acordo com a investigação, o assalto estava ocorrendo de forma tensa, mas sem violência até o momento em que um dos professores conseguiu romper o lacre que estava preso e tentou entrar em luta corporal contra o criminoso armado.

Em resposta, o assaltante efetuou de três a quatro disparos e o caos se instalou no local. Foi quando a segunda vítima, ao ver a situação, também tentou reagir e foi baleada. Os demais se esconderam enquanto os assaltantes fugiram levando joias e telefones.

Os professores Fabiano de Oliveira Fortes, 46 anos, e Felipe Turchetto, 35, morreram no local. Conforme o comando regional da Brigada Militar, o posto da BM que fica ao lado do hotel estava vazio e a polícia só foi chamada 30 minutos após a ocorrência.

Quem eram os mortos

Definidos por alunos e colegas como dedicados ao ensino e à pesquisa, os professores eram doutores em Engenharia Florestal e costumavam viajar com os estudantes à Floresta Nacional de Passo Fundo, em Mato Castelhano, a fim de aprimorar os estudos práticos.

Fabiano era professor da UFSM desde novembro de 2008. Ele foi velado em Santa Maria. Já Felipe havia sido transferido no começo do ano do campus da universidade em Frederico Westphalen para Santa Maria. O velório dele foi em Taquaruçu do Sul.

Ambos foram estudantes de graduação e pós-graduação na UFSM. A morte comoveu colegas, alunos e conhecidos dos profissionais, descritos como inspiradores e de perda irreparável.

Fonte: GZH / Passo Fundo




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