Foco de tuberculose bovina ataca propriedade na região
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Foco de tuberculose bovina ataca propriedade na região

Animais foram abatidos em frigorífico de Ibiaçá/RS

24/08/2017 08:45
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Um foco de tuberculose bovina detectado em uma propriedade rural, em Nossa Senhora das Graças, interior de Passo Fundo, chamou atenção da inspeção veterinária, que determinou o abate de 67 vacas. Elas precisaram ser sacrificadas em razão de que a doença não possui vacina e nem tratamento. Além disso, pela doença ser contagiosa - até mesmo para saúde humana -, o animal infectado necessita ser sacrificado.

Sem poder aproveitar os animais em frigoríficos e nem mesmo na sua produção leiteira, eles foram abatidos em um frigorífico de Ibiaçá/RS. A única forma de aproveitamento deles é a graxaria. A família produtora estipula que o prejuízo seja de aproximadamente R$ 300 mil. De acordo com um dos produtores, Maurício Polo, havia sido realizado um grande investimento na estrutura física da propriedade rural para o rebanho bovino. O retorno financeiro, que estava em processo de recuperação, no entanto, foi perdido após a inspeção dos animais. “Foi uma surpresa para nós. Acabou apresentando esses problemas. A nossa produção estava grande, estávamos dando o giro em cima do investimento”, relata. Das 67 vacas que foram sacrificadas, pelo menos 40 produziam leite.

Apesar da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação do Estado não exigir a realização do teste, os produtores rurais optam por realizar a inspeção para conferir a qualidade de saúde dos animais. Em outros testes realizados, o foco não havia sido detectado. Com o problema, desta vez, o local foi interditado para desinfestação das áreas de rebanho e da lavoura. Esse processo, denominado de vazio sanitário, não permite que nenhum animal esteja presente na área. Segundo Polo, o momento é de buscar a retomada de maneira devagar. “Vamos fazer o vazio sanitário para depois continuar devagar e tentar essa retomada. São testes sanitários, os quais não podem entrar nenhum animal até eles liberarem a propriedade”, explica.

O coordenador do curso de Medicina Veterinária da IMED, professor Dr. Deniz Anziliero, relata que o Rio Grande do Sul apresenta uma prevalência de focos de tuberculose de 2,8% e 0,7% em animais. Portanto, o registro de 67 animais positivos para tuberculose é considerado alto. Segundo ele, os animais devem ser descartados pelas lesões que a tuberculose provoca – como emagrecimento e alteração da carne -, além da transmissão da doença para o homem. “É um número grande. É uma doença de curso crônico, que o animal emagrece e sua assistência produtiva reduz em 30%”, afirma. “A doença é considera uma zoonose, que pode ser transmitida para o homem. A transmissão ocorre nas pessoas que trabalham com esses animais infectados ou pelo subproduto, como leite cru ou queijo. São formas de transmissões que podem ocorrer pro homem”, esclarece o professor.

Em casos de propriedades rurais que não realizam a inspeção, o coordenador de Medicina Veterinária da IMED relata que, caso o animal esteja infectado, a observação acontece na linha de base dos frigoríficos, que detectam o descarte da carne em razão da tuberculose. “Se for pro corte, é detectado já na linha de base. Isso com quem não participa do programa voluntário de erradicação da tuberculose. O animal deve ser abatido e o material destinado para a graxaria. Nada é aproveitado para alimentação. Gera um grande prejuízo para o produtor”, complementa Anziliero.

Programa nacional visa erradicação da tuberculose

No Brasil, o Programa Nacional para o Controle e Erradicação da brucelose e tuberculose (PNCEBT) existe desde 2001. Instituído pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o programa visa ao controle e erradicação da brucelose e tuberculose bovina e bubalina, causadas por bactérias das espécies Brucella abortus e Mycobacterium bovis, respectivamente. A brucelose e a tuberculose dos suínos são controladas especialmente em reprodutores, por meio de norma de certificação de granjas de reprodutores suídeos, que estabelece procedimentos de diagnóstico e controle nessa população.

Fonte:

Diário da Manhã




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