O serviço de coleta e distribuição de sangue passa por dificuldades no Rio Grande do Sul. Alguns municípios, que têm hemocentros em parceria com o estado, estão com recebimentos de recursos em atraso.
Somente o Hemopasso, o hemocentro de Passo Fundo, abastece 140 municípios e cerca de 50 hospitais. Por dia, cerca de 1,2 mil pessoas doam sangue na instituição. "Esse serviço aqui na nossa região, a macronorte, é essencial, inclusive porque a gente tem a segunda central sorológica do estado, que é Porto Alegre e Passo Fundo", afirma a coordenadora do Hemopasso, Claudete Mistura Doro.
Mas a manutenção do serviço vem passando por dificuldades. O município tem um convênio com o Estado, determinando que a prefeitura viabilize o pagamento dos salários dos quase 30 funcionários. O governo estadual deveria repassar esses valores, o que, segundo a prefeitura, não vem acontecendo.
Os depósitos para a Prefeitura de Passo Fundo não são feitos desde março. O estado diz que esses atrasos têm relação com a extinção da Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (FEPPS), que fazia a gestão do Hemopasso.
O secretário municipal de Saúde, Luiz Artur Rosa Filho, explica que o repasse é fundamental para planos futuros do governo estadual. "Esses valores, numa época em que as prefeituras estão com dificuldades, nós estamos cobrando do estado. Que tem, inclusive, planos de encerrar outros bancos de sangue para centrar em Passo Fundo. Então é fundamental que o banco de sangue de Passo Fundo esteja saudável e em dia com suas contas".
A Prefeitura informou que gasta, em média, R$ 150 mil por mês com a folha de pagamento dos funcionários do Hemopasso. Apesar do impasse, os salários estão em dia.
A Secretaria Estadual de Saúde informou que em Passo Fundo estão atrasados os meses de março, abril e maio, o que totaliza R$ 400 mil. O pagamento está previsto para ser feito até segunda-feira.
Fonte:
G1/RS