Tuberculose leva ao sacrifício de 67 bovinos em Passo Fundo
PECUÁRIA
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Tuberculose leva ao sacrifício de 67 bovinos em Passo Fundo

O prejuízo ultrapassa o valor de R$ 100 mil

18/08/2017 13:58
Atualizado: 18/08/2017 16:47
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Uma propriedade pertencente ao agricultor Orides Polo, em Nossa Senhora das Graças, interior de Passo Fundo, foi infectada com um foco de tuberculose junto ao rebanho bovino.

A consequência é que os 67 animais, sendo 40 vacas produzindo leite, tiveram que ser sacrificados.

Pela legislação, não é exigido teste sobre existência de tuberculose, seja para venda do leite ou até mesmo da carne nos frigoríficos, tanto é que são poucos as propriedades que tomam esse procedimento. "Como sempre tivemos preocupação com a qualidade do leite, sempre fizemos os testes e para nossa surpresa foram positivos", relata Orides Polo.

Depois da confirmação através dos laudos encaminhados pelo médico veterinário João Inácio do Canto, da UPF, a Inspetoria Veterinária, determinou o abate em massa de todas as cabeças de gado existentes na propriedade.

O abate foi realizado na semana passada em um frigorífico de Ibiaçá e a carne encaminhada para graxaria. O médico veterinário, explica que existe uma prevalência dessa patologia que oscila entre 3% e 5% no rebanho brasileiro e parabenizou a família Polo por fazer os testes, o que deveria acontecer em todas as propriedades, disse ele.

Para o animal, a tuberculose é praticamente assintomática, por isso difícil de ser identificada. No entanto, é contagiosa. Pode ser repassada através das vias pulmonares do animal. E entre as pessoas, o contágio ocorre pelo ar, a fala, a tosse. Os sintomas são tosse, febre e emagrecimento. O alimento, propriamente, por ser cozido ou industrializado não é considerado um vetor. A pessoa contagiada, no entanto, pode sofrer tosse contínua, febre e emagrecimento.

O prejuízo

Os produtores rurais, o pai, a mãe e os dois filhos (um estuda medicina veterinária) têm na produção de leite a base de sustentação.

Os 30 hectares de terra são usados para a produção de pastagens e milho para silagem para as vacas. Mensalmente vendiam em torno de 16 mil litros de leite, de onde saíam os recursos para bancar os custos de todas as instalações.

Orides Polo, disse que o prejuízo passa longe de R$ 100 mil. Ao preço médio unitário de R$ 3 mil a soma dos 67 animais chega a R$ 200 mil. O estado, que obriga fazer o abate, mesmo que não exija testes, banca cerca de apenas 16% do prejuízo.

Além disso a propriedade vai passar por um vazio sanitário que pode chegar a oito meses. De todo esse período, um fundo da cadeia produtiva deverá pagar o equivalente a apenas três meses de produção.

Apesar disso, a família pensa em retomar a atividade assim que acabar o vazio sanitário. “Vamos ter que comprar umas 10 ou 15 vacas e recomeçar tudo, foi montada toda uma estrutura aqui o que ainda estamos pagando”, disse Fábio Polo.

Fonte: Rádio Planalto




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