A compra de carne bovina brasileira pelos Estados Unidos deve ser retomada nos próximos 60 dias. A previsão foi anunciada nesta semana pelo do ministro da Agricultura Blairo Maggi. Para reabrir o mercado ao produto, o governo americano indicou uma série de mudanças necessárias à adequação da carne. Uma delas foi deixar de embarcar as peças dianteiras inteiras, onde são aplicadas as vacinas e onde foram detectadas reações à aplicação. É o que explica o professor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da UnB, Cleyton Quirino Mendes." Eu acho que é uma solução muito simples de ser feita e tecnicamente correta. Qual que é o problema alegado pelos EUA? A presença dos abcessos, das reações inflamatórias da aplicação de medicamentos, como por exemplo a vacina da febre aftosa. Então, o quê que acontece? A partir do momento que nós pegamos esta carne, desossamos aqui dentro e transformamos as peças em cortes menores como cubos ou tiras, nós mesmos teremos a chance de identificar estes abcessos e enviar para os EUA só o produto que não tiver qualquer problema relacionado com os abcessos."
Segundo ele, só depois de mais de 17 anos de negociação, que o Brasil obteve a carta de equivalência do governo americano em relação ao sistema sanitário brasileiro." É uma briga de gigantes. Nós estamos falando dos EUA, que é o maior produtor de carne bovina do mundo, o maior consumidor e o Brasil, que se coloca como o segundo maior produtor e o maior exportador mundial. Tanto é que nós levamos cerca de 17 anos para conseguir a carta de equivalência sanitária, que permite a entrada de carne in natura brasileira nos EUA."
O ministro Blairo Maggi afirmou que o Ministério da Agricultura recebeu autorização do Ministério do Planejamento para contratar, em regime de urgência, 300 médicos veterinários e mais 250 que serão concursados e efetivados.
Fonte: Agência do Rádio