Um grupo de indígenas bloqueou rodovias no Norte do Rio Grande do Sul durante a manhã e à tarde desta quarta-feira (5). Eles pedem melhores condições na saúde e o afastamento de administradores da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), órgão vinculado ao Ministério da Saúde, do governo federal.
Cerca de 150 indígenas da reserva Serrinha bloquearam a ERS-324, na localidade de Alto Recreio, em Ronda Alta. Troncos de árvores foram colocadas sobre a pista, que era liberada a cada duas horas. Cartazes também foram usados na manifestação pela saúde indígena.
"Tá muito precária a saúde para nós. Aqui, na verdade, falta água. Na outra reserva também tem falta de água. Medicamentos, então, não se encontra um comprimido sequer", relata o líder indígena Valdir Carvalho.
O mesmo aconteceu na RSC-480, em São Valentim, com índios da reserva Benjamin Constant.
Em Passo Fundo, um grupo ocupa o prédio da Sesai desde a segunda-feira (5). Eles querem a saída de administradores do órgão em Brasília e no Rio Grande do Sul.
Uma decisão da Justiça Federal garante a permanência do grupo no prédio, mas a atitude de alguns índios preocupa os servidores que atendem 30 mil indígenas no estado. Na terça-feira (4), eles retiraram à força o chefe da unidade do local. "Não é aceitável que um grupo de pessoas entre em uma repartição pública e retire servidores que estão legitimamente trabalhando com aquele tipo de violência", afirma o delegado da Polícia Federal Mauro Vinícius de Moraes.
A direção da Sesai não quis se manifestar. O juiz Fabiano Henrique de Oliveira, responsável pela decisão que garante a permanência dos índios no prédio, também preferiu não falar com a imprensa.
O trânsito nas duas rodovias que estavam interditadas ontem, foi liberado.