Culturas típicas de inverno, a cevada e a canola têm ganhado cada vez mais espaço nas lavouras do Rio Grande do Sul. Em 2017, 5,6 mil hectares de área devem ser destinados ao cultivo de cevada, 16,56% a mais do que no último ano. Cerca de 90% das lavouras se concentram na Região Norte do estado.
A indústria cervejeira tem contribuído para o aumento: duas maltarias estão instaladas no Rio Grande do Sul - uma em Porto Alegre e outra em Passo Fundo.
"Como ela tem um destino específico, toda a produção que existe no estado e no Sul do país, hoje, é sob contrato. Isso traz uma importante vantagem para o produtor de cevada. Quando ele vai plantar, ele já sabe por quanto, eventualmente, vai vender essa cevada se atingir o padrão de qualidade", explica o pesquisador Euclydes Minella.
Mesmo assim, ainda falta produção para dar conta da demanda. O estado precisaria expandir a área para 100 mil hectares e chegar a 300 mil toneladas de produção.
Três cultivares, espécies de plantas melhoradas por alteração ou introdução de características novas, já foram desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Elas são voltadas, principalmente, à produção de malte.
Agora, pesquisas recentes buscam outra alternativa: uma variedade forrageira que completa o ciclo em três meses e que pode ser plantada durante o período entre as culturas de verão e de inverno.
"A finalidade importante vai ser alimento animal, tanto na forma de pasto, já que ela cresce muito rápido, ou pode, dependendo do interesse do produtor, deixar chegar o grão para colher", afirma Euclydes.
A área destinada à canola também vem aumentando ano após ano, principalmente pela disseminação e troca de conhecimento entre os agricultores. A produção deve ocupar 52,5 mil hectares de cultivo neste ano, 6,25% a mais do que em 2016.
"A canola se constitui como uma das alternativas mais viáveis economicamente, tendo em vista que a liquidez é perfeita, excelente", observa o pesquisador Gilberto Omar Tomm, que estuda o grão.
Devido ao alto preço das pesquisas referentes à canola, a tecnologia é importada, basicamente, da Austrália. Pesquisadores da Embrapa estudam a adaptação, o comportamento das cultivares e trabalham na transferência de tecnologia para o campo.
"Temos uma oportunidade para produzir canola no Rio Grande do Sul. Só com o que sobra de área, nós poderíamos fazer uma rotação a cada três anos, cultivando dois hectares de canola a cada safra", aposta Gilberto.
60.290.291 de acessos desde 2009
Direitos Reservados. Desenvolvido por Impar Agencia Web.